30 janeiro 2012

Entrevista - Adriano Villa

Olá pessoal!

Fiz uma entrevista com o autor Adriano Villa, na qual ele conta um pouco sobre sua vida e seu primeiro livro A Casa de Ossos.


Adriano Villa


Sinopse

Ao comprar aquela velha casa em São Paulo, o empresário alemão Léon Kyrian não sabia estar desenterrando o passado esquecido da casa que, durante décadas, esperou alguém sem fé nem medo para adentrar por suas portas e libertar seus pesadelos.
Preso em um pesadelo que só parece piorar sempre que olha o relógio, ele precisa salvar a si mesmo e a sua família do destino selado ao assinar uma simples escritura.
Bem vindo à Casa de Ossos! Entre e ouse descobrir os segredos ocultos no silêncio de suas paredes.
Mas não esqueça: você só é inocente até ter consciência de seus próprios erros.




Entrevista

1- Para começar conte-nos um pouco sobre você.
R: Nunca fui muito bom para falar de mim mesmo, mas, vamos tentar... Bom, me chamo Adriano Villa, sou o autor de A Casa de Ossos, meu primeiro trabalho lançado em forma de livro, tem alcançado muitas pessoas e elas estão gostando muito do enredo. Fiz parte de dois grandes cds que foram lançados no mundo inteiro e que me deram um certo cartaz no Heavy Metal nacional



2- Quando foi que você se descobriu como escritor?
R: Bom, descobri que sabia escrever há muito tempo atrás em um momento bem peculiar... Foi na época que estudava, enquanto fazia uma redação sobre Vampiros e Lobisomens, contudo, nesta época me limitava aos trabalhos escolares e jamais havia pensado em ser um escritor quando crescesse, na verdade, naquela época queria ser cantor ou ator... Sonhos de infância. Mas, quando comecei a crescer, comecei a perceber que tinha uma queda para as palavras, isso foi exatamente quando comecei a escrever poesias... Acho que foi aos dezessete que tudo começou a tomar forma, depois comecei a escrever peças, músicas, contos e os romances foram seguindo o fluxo da natureza.



3- Como foi o processo de escrita de A Casa de Ossos? Quanto tempo demorou e o que te inspirou a começar escrever?
R: O processo do livro foi bem simples, como todos, sentei e comecei a escrever e quando olhei já haviam muitas palavras, e as coisas foram seguindo naturalmente, graças a Deus. Quanto ao que me inspirou, por incrível que pareça foi um fio de ferrugem que escorria do interruptor de luz do banheiro de uma casa, foi aquela cena a primeira fagulha para o livro, isso aconteceu em 2001/2002 se não me engano... Quanto ao tempo de demora entre o início e a conclusão... Bom, A Casa de Ossos não é um livro tão grande, mas demorou por volta de uns seis meses, é complicado ter que dividir o tempo com os outros afazeres, infelizmente por enquanto não ganho a vida escrevendo e as vezes preciso dar uma parada, ora por estar cansado demais, ora por causa de algum projeto musical... 


4- Depois de pronto, como foi percorrer o caminho até a publicação de A Casa de Ossos?
R: Foi árduo, devo confessar... Prova disso foi o ano de seu lançamento: 2011, ou seja, esperei dez anos para lançá-lo e isso não quer dizer que não tenha corrido atrás para lançar. Procurei por editoras, mas todas queriam custear parte do lançamento e isso é algo complicado para um autor que esta começando, pois o valor é bem alto para alguém que tem que trabalhar, pagar as contas e garantir seu sustento, mas, hoje em dia esse sonho tornou-se realidade, não esta sendo fácil, mas estou batalhando e vencendo pouco a pouco... Por isso digo, não importa o quanto tempo as coisas demorem acontecer, elas sempre acabam acontecendo, desde que, você não fique parado, que siga em frente e que não desista... Por exemplo, tenho dois cds lançados no exterior e no Brasil e mesmo assim, dei de cara na porta em algumas editoras, enfim... Certas coisas ruins acontecem para outras boas acontecerem em seus momentos certos... Mas não fique parado esperando :)



5- Sei que você escreveu o projeto Hamlet que foi lançado no mundo todo, conte-nos um pouco sobre o projeto, as letras e de onde surgiu essa ideia?
R: O projeto Hamlet foi algo grandioso e espetacular. Elevou nosso país à um patamar perante os projetos de fora. Foi um divisor de águas, como dizem alguns amigos que ainda vivem no meio da música, um trabalho importante demais para a história do Metal nacional. A ideia surgiu quando estava com o Morbid Tales of Wastedland (nome de minha antiga banda), era para ser feito com eles, contudo, estavamos com alguns problemas internos que levaram ao fim da banda, foi ai que levei a ideia para a gravadora. Gostaram e depois comecei a escrever as letras... Quanto a origem da ideia... Isso é complicado, pois uma ideia nasce de um segundo pequeno demais para ser medido, por isso, autores, músicos, artistas, possuem uma visão delicada e sensível, pois a inspiração pode nascer a qualquer momento... Tudo é questão de observar o que temos de mais belo ao nosso redor: a vida.



6- A Casa De Ossos foi escolhida para servir de base na gravação do segundo CD da banda House of Bones (antiga Versover que teve o nome alterado justamente por causa do livro). Conte-nos sobre isso.
R: Meu contato com os irmãos Carmo aconteceu em uma tarde de fotos para promover o Hamlet, subimos juntos para o metro conversando a respeito de meus livros  e falei que estava escrevendo A Casa de Ossos naquela época, eles se interessaram na história e pediram para ler, gostaram e depois comecei a desenvolver as letras sobre a história, nascendo aí o cd House of Bones. O cd foi lançado aqui e no exterior e teve uma ótima aceitação no ano de seu lançamento.



7- Pelo que sei, seu livro tem uma peculiaridade com as horas, o ano de 2012 e os Maias. Isso te influenciou na construção da narração?
R: Sou fã de mitologias e gosto de estudar a respeito, contudo, Maias, Astecas e Incas, nunca despertou meu interesse. O lance das horas foi pura coincidência, pois nem eu mesmo sabia disso, quem me contou foi um amigo de longa data, Thiago Fusco, que veio de sua cidade no dia do meu aniversário pra cá e falamos a respeito, até aquele momento, não sabia que os Maias se baseavam nas horas que, nada mais é que um calculo matemático... Foi algo que, ao saber, nos arrepio... Mas não foi propositalmente, foi algo que, não se explica...



8- O livro tem alguma coisa a ver com o filme 11/11/11 e com o A Casa de Ossos que foi lançado ano passado?
R: Apenas coincidências pois o meu livro foi escrito em 2001/02, cheguei a entrar em contato com o autor do americano "House of Bones" devido ao nome da obra, mas em conversas informou que o registro em si não protege o nome, mas o conteúdo e, o conteúdo das obras são distintos. Infelizmente isso é algo provável pois no mundo existem muitos autores.



9- Atualmente você está trabalhando em outro livro?
R: Para ser franco, sempre estou envolvido com algo que tenha letras, mesmo não conseguindo lançar meus livros, não desisti e continue escrevendo, por isso que, além da Casa de Ossos, tenho mais alguns livros guardados esperando o seu momento, contudo, devido ao sucesso do livro, estou escrevendo uma continuação para ele, porém, este estou escrevendo em co-autoria com minha namorada que deu a ideia de como começar e como terminar a história, o meio do caminho, sou eu que estou fazendo.



10- O que você acha do mercado editorial brasileiro em relação à publicação de livros de autores nacionais?

R: O mercado editorial nacional aos poucos esta mudando, algumas editoras estão dando atenção para jovens talentos de nossa cultura, contudo, algumas politicas ainda se tornam inviáveis para aqueles que não nasceram em berço de ouro ou que não ganham muito bem a ponto de pagar a própria edição... É um grande esforço ser escritor no Brasil, mas ainda vale a pena tentar pois, alguns autores nacionais estão conseguindo lançar livros no exterior e isso pode abrir os olhos para a nossa própria literatura. 



11- Quais são seus autores favoritos?
R: Não tenho um autor favorito pois minha leitura é diversificada, mas citarei alguns nomes: Shakespeare, Charles Dickens, Jorge Amado, José de Alencar, Érico Verissimo, Clive Barker, Marion Zimmer Bradley, Poe, Lovecraft e por aí vai...



12- Quais livros leu ultimamente?
R: Atualmente estou lendo a última parte da saga Crepúsculo. Anterior a ele... Acho que estava lendo um livro do Joe Hill... E o próximo que estou de olho é o Marina do Zafon.



13- Você tem algum recado para jovens escritores que sonham com a publicação?
R: Sim, não deixem de acreditar em seus sonhos devido as dificuldades que surgirem no caminho. Continuem seguindo em frente, lutem, pois o que justifica a vitória nada mais é que lutar, portanto, se as coisas estiverem dificies demais, não desista... É normal nos sentirmos incapazes às vezes, eu me senti milhares de vezes, mas graças a Deus, acreditei e não deixei de fazer o que acreditava que é escrever... Apenas seja humilde e faça sua parte da melhor maneira possível pois, neste mundo, aquele que caminha sozinho e cai sozinho, não terá ninguém para ajudá-lo a se levantar quando necessário... Não deixe de bater nas portas, com certeza um dia elas se abrirão :), caso não se abrirem... Ao menos você saberá que tentou e que fez de tudo... E, escritores não são Messias, são apenas contadores de histórias... Não ache que você será uma espécie de Neo da Literatura... Seja apenas você mesmo... Um autor lutando por seu espaço.



Espero que tenham gostado!



Um comentário:

  1. Parabéns pela entrevista e pelo trabalho
    que faz em teu site.
    Parabéns Lady Jéssica
    estou a seguindo!

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